Se considerarmos que são três meses, desde que começou a pandemia, temos uma média de cinco escândalos ao mês.



Desde que começaram no Pará as ações de combate ao novo coronavírus, as entidades e o governo estadual se uniram para que os paraenses não fossem muito afetados pela pandemia do Covid-19. O governador Helder Barbalho surgiu como uma liderança pelas medidas tomadas em relação à doença, especialmente, quando impediu que um voo, vindo do Suriname, com mais de cem passageiros, tivesse Belém como destino final.

Mas a ‘lua de mel’ dos paraenses com seu governador foi logo interrompida quando começaram a surgir os escândalos das compras com suspeitas de superfaturamento, com dispensa de licitação, apoiadas no decreto de calamidade pública no estado. Ao todo, desde que começaram a aparecer os contratos, em março deste ano, já somam 15 escândalos, sendo que em alguns deles, Helder Barbalho teve que voltar atrás e desfazer contratos superfaturados.

Respiradores
O escândalo que mais chamou atenção, alcançando, inclusive a mídia nacional foi o dos respiradores. Nele, o Governo do Pará gastou cerca de R$ 50 milhões para compra de 400 kits de respiradores para serem usados nos hospitais de Belém. Depois de denúncias de profissionais de saúde e muita pressão de imprensa, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa-PA), admitiu que os respiradores foram entregues errados, eram para serem usadas em aulas de alunos de Medicina, e não em hospitais.


Cesta de alimentação
Ainda em março, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) firmou um contrato com a empresa Kaizen, no valor de mais de R$ 74 milhões para fornecer cestas de alimentação aos alunos da rede pública do Pará, enquanto as aulas estivessem suspensas, sendo que cada cesta iria custar R$ 138 reais. O escândalo foi revelado, porque a Kaizen tinha um capital de apenas R$ 79 mil. O contrato foi cancelado.

Lanche de R$ 19,00
Mais chamativo foi o contrato da Sespa para lanches de servidores na campanha de vacinação: cada unidade de lanche, com um salgado, uma caixinha de suco e um copo de água sairia pelo preço de R$ 19,00. Denunciado, o Governo do Estado cancelou o contrato.

Hospitais de campanha
A construção dos quatro hospitais de campanha também teve escândalo e preço superfaturado. Em um primeiro momento, no Diário Oficial do Estado foi divulgado que o valor era de R$ 4.200.000,00, com dispensa de licitação, para que no dia seguinte, esse mesmo contrato tivesse uma errata e o contrato passou para cerca de R$ 17 milhões. A empresa contratada é a Projen, do estado de São Paulo.

Empréstimo internacional
No dia 6 de maio, em meio à pandemia, o Governo do Estado mandou pedido aos deputados Assembleia Legislativa do Estado (Alepa) para contrair um empréstimo internacional no valor de US$ 100 milhões de dólares. O empréstimo foi autorizado unanimamente e o pagamento só começa a ser feito daqui a cinco anos, isto é, ficou para o próximo governador. A operação financeira equivale – em valores atuais – ao montante de R$ 403.010.000,00 (quatrocentos e três milhões e dez mil reais).

Prendedores de gravata de ouro
Governo do Pará comprou joias do Polo Joalheiro, entre eles, em março deste ano, três prendedores de gravata em ouro 18 quilates, que custaram aos cofres públicos, só eles, R$ 6.900,00.

Toucas
Em abril, o Governo do Estado contratou a Levon Materiais de Construção e Pré-Moldados Ltda., uma microempresa da Cidade Velha, em Belém, para fornecer 600 caixas de “gorro descartável com elástico” no valor de R$ 97.500,00, ou seja, cada caixa saiu por R$ 162,50 e cada gorro por R$ 3,25. Em pesquisa na internet, o valor da unidade é quase 400% menor que o valor médio das toucas compradas pela Sespa.

Oxímetros
Em maio, as redes sociais denunciaram que o governo Helder Barbalho havia comprado oxímetros de pulso superfaturados. A pressão foi grande e a Sespa teve que se explicar.

Centro de Convenções
Há um mês, o Governo do Estado alugou o Centro de Convenções da Assembleia de Deus, na avenida Augusto Montenegro, para a instalação de mais um hospital de campanha. O valor do aluguel é de R$ 75 mil por mês. Nunca mais se soube sobre as obras por lá, muito menos, quando o hospital entrará em funcionamento.

Aluguel de caminhões frigoríficos
Em postagem no dia 1 de maio, o Movimento Brasil Livre Pará (MBL-PA) acusou o governador Helder Barbalho (MDB) de superfaturar o contrato de aluguel de caminhões frigoríficos para abrigar corpos de vítimas de Covid-19 no estado. O aluguel mensal foi de R$ 72 mil, que se juntasse dois meses desse aluguel daria para comprar um veículo de igual porte.

Álcool em gel
O final do mês de maio foi pródigo em escândalos de superfaturamento no governo Helder Barbalho. Começou com o escândalo do superfaturamento com que que Delegacia Geral do Pará comprou álcool gel. O preço de cada litro saiu a R$ 55,00, quando a média no mercado não passa de R$ 10, R$ 12. Além disso, a empresa que vendeu o álcool é da família da cunhada de Helder.

Jardinagem na Secult
Saindo da área de saúde, mas usando o portão abertos das compras sem licitação, a Secretaria de Cultura do Pará (Secult-PA) contratou a empresa JCS Engenharia, de São Paulo, por R$ 162 mil para cuidar dos jardins dos espaços da Secretaria. Depois da grita na imprensa, o contrato foi revogado.

Aluguel de ambulância por R$ 245 mil
E o mais recente, neste fim de semana, foi o escândalo do aluguel de oito ambulâncias, por 120 dias, ao valor de R$ 245 mil mensais, por cada ambulância. O valor total do contrato é de quase R$ 8 milhões.


Cinco escândalos ao mês
É muito escândalo para tão curto espaço de tempo. Se considerarmos que são três meses, março, abril e maio, desde que começou a quarentena do coronavírus, temos uma média de cinco escândalos ao mês. Escândalos que vêm com voltas atrás e com as desculpas mais esfarrapadas possível.

Fonte: Pará Web News